quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sobe número de mortes em enchentes e deslizamentos no Brasil, enquanto continuam as buscas

Sobe número de mortes em enchentes e deslizamentos no Brasil, enquanto continuam as buscas

Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: Brazil flood and mudslide deaths rise as search goes on - BBC


As fortes chuvas impedem o trabalho de resgate em algumas áreas


Chegou a 348 o número mortos nas enchentes e deslizamentos em Petrópolis, informaram autoridades locais.

Nas cidades serranas de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, o número de mortos informado é de 168, 146 e 34 respectivamente, segundo informações da mídia brasileira.

Equipes de resgate estão utilizando helicópteros enquanto continuam as buscas por sobreviventes na região norte do Rio de Janeiro.

As fortes chuvas começaram a cair no começo desta quinta-feira, enquanto equipes de resgate procuravam iniciar as buscas, que deverão continuar por quase todo o dia.

O departamento de defesa civil do Brasil ainda não confirmou o número total de mortos, mas autoridades informaram acreditar que pode ainda haver centenas de corpos a serem encontrados somente em Teresópolis, segundo informações da Rede Globo.

 As buscas continuaram durante a noite em Nova Friburgo e Teresópolis, mas foram adiadas em Petrópolis, informou a TV Globo.

Uma área de Teresópolis permanece totalmente isolada e ainda não pode ser alcançada por nenhuma equipe de resgate.

Outros dezesseis corpos foram econtrados na cidade no início desta quinta-feira, mas o pior aumento aconteceu em Nova Friburgo, onde, segundo informações, 48 pessoas morreram.

Em meio a morte e destruição em Nova Friburgo surgiu um fio de esperança: Nicholas, um bebê de seis meses de idade, foi encontrado vivo após 12 horas preso no entulho de uma casa atingida, informaram os repórteres.

Em Petrópolis, o prefeito Paul Mustrangi disse que as águas atingiram algumas área com efeito devastador.
"O que aconteceu aqui foi pior do que em 2008. Não restou nada. Todas as casas foram atingidas," disse ele ao Jornal do Brasil.

"Grande catástrofe"

Map of Brazilian flooding

Com muitas pessoas ainda desaparecidas, teme-se que o número de mortes possa subir ainda mais, e há preocupação sobre doenças geradas pelas águas.

Mais de 800 socorristas estão conduzindo as operações de busca na região. A marinha brasileira ofereceu helicópteros para transportar equipamento e pessoal.

Testemunhas informaram que as equipes de resgate utilizavam maquinaria pesada, pás e as próprias mãos para cavarem através de toneladas de lama e entulho.

A presidente Dilma Rousseff deve sobrevoar a região nesta quinta-feira para inspecionar os danos. Na quarta-feirra ela assinou um decreto liberando 780 milhões de reais ($480m, £296m) em fundos emergênciais para as áreas afetadas.

No início da semana, chuvas torrenciais no vizinho Estado de São Paulo deixaram 13 pessoas mortas, tornando o tráfego caótico na maior cidade do Brasil.

Em Teresópolis, um rio transbordou, encobrindo casas, enquanto as chuvas criavam vários deslizamentos.

"É uma grande catástrofe, um grande desastre," lamentou o Prefeito de Teresópolis, Mário Sedlacek, em entrevista à TV Globo.
Imagens de TV mostraram casas destruídas e carros submersos.

"Eu vi seis corpos na minha rua," disse o morador Antônio Venâncio à agência de notícias Reuters.

Ele disse que sua casa foi inundada por lama, mas ainda continuava de pé.

"Simplesmente não sabemos o que fazer diante de algo tão terrível,", acrescentou.

Autoridades da defesa civil em Teresópolis informaram que a cidade foi encharcada com 144mm de chuva em 24 horas - mais do que o total esperado para todo o mês de janeiro.

Três cidades estão sem energia elétrica e telefone, e não há nenhuma água potável, informa as autoridades.

As principais cidades estão isoladas pelas enchentes e deslizamentos, fazendo com que o caos do tráfego aumente os desafios enfrentados pelas autoridades estaduais.

Um morador descreveu a situação em Petrópolis como um "mar de lama".
"Moro aqui há 25 anos e nunca vi nada igual," disse Manoel Cândido da Rocha Sobrinho, à Folha website.

"Moro em um lugar mais alto, mas quando olho para baixo vejo apenas um mar de lama. A maioria das pessoas se salvaram ao subirem em árvores ou correrem para um lugar mais alto."


Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: Brazil flood and mudslide deaths rise as search goes on - BBC

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