quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Papa: Purgatório, o fogo "interior" que purifica e torna possível se aproximar de Deus

Papa: Purgatório, o fogo "interior" que purifica e torna possível se aproximar de Deus

Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: Pope: Purgatory, the "interior" fire that purifies and makes it possible to draw close to God - AsiaNews.it

Leia mais sobre o assunto aqui: Português: Zenit, Canção Nova - Inglês: National Catholic Register, Cath News, Zenit





Durante a audiência geral, Bento XVI introduz a figura de Santa Catarina de Gênova, muito conhecida por seu Tratado do Purgatório. Sua vida, um exemplo, principalmente para as mulheres "que dão uma contribuição vital para a sociedade e a Igreja através de valiosas obras, enriquecida por sua sensibilidade e atenção aos mais pobres e mais necessitados."

Vatican City (AsiaNews) - O purgatório não é um lugar de tormentos, mas um fogo interior, purificando a alma, preparando-a para a plen comunhão com Deus. Consciente do infinito amor e justiça de Deus, a alma sofre por sua resposta inadequada, mesmo que o amor divino a purifica das remanescências do pecado. "Este fogo que purifica é a visão de Santa Catarina de Gênova, a esposa do final da Idade Média, a quem Bento XVI dedicou sua audiência geral hoje.

O Papa falou da santa para 8 mil pessoas presentes nesta quarta-feira. Nascida em 1447, em Gênova, a última de cinco filhos, Catherine Fieschi perdeu seu pai, Tiago, na infância. Sua mãe, Francesca Negro, deu-lhe uma educação Cristã. Em 1463, ela se casou com Giuliano Adorno, "um homem que, após várias experiências comerciais e militares no Oriente Médio voltou para casa para se casar." A vida de casada não foi fácil, pois ele jogava e sua vida na corte era muito animada. "Passados 10 anos, veio uma profunda sensação de vazio e tristeza em seu coração.

Em 1473, ela teve uma "experiência única": ao visitar a igreja de São Benedito e o monastério de Nossa Senhora da Graça nas proximidades, ela recebeu, conforme escreve, "uma chaga no coração através de uma visão de suas fraquesas e defeitos e a bondade de Deus, no que ela quase desmaiou. A partir desta experiência, veio a decisão que iria mudar sua vida: "Não mais o mundo, não mais o pecado". Ela fugiu da confissão, voltou para casa e chorou por muito tempo. Era uma "experiência espiritual do amor de Deus no seu próprio ser pecador." Poucos dias depois, ela retornou ao padre "para fazer uma boa confissão."

"Foi aqui que teve início sua vida de purificação que, por muito tempo, a fez sentir constante dor por pecados cometidos e levou-a a impor-se penas e sacrifícios para mostrar o seu amor a Deus." Em sua "Vida", está escrito que "sua alma foi interiormente guiada e conduzida somente pelo terno amor de Deus, que a deu tudo que ela precisava."

Ela se mudou para o hospital em Pammatone, tornando-se diretora e líder. "Uma vida plenamente ativa, apesar da profundeza de sua vida interior." E" à sua volta, um grupo de seguidors, discípulos e colaboradores crescia, fascinados pela vida de fé e caridade". Mesmo seu marido foi convencido o suficiente para deixar a vida que levava e tornar-se um Franciscano da terceira ordem e se mudar também para o hospital. Catarina morreu em 15 de setembro de 1510.

Da conversão à morte, aconteceram outros eventos extraordinários, mas "dois elementos caracterizam sua vida inteira: sua experiência mística, nomeadamente sua profunda união com Deus, vivida como uma união conjugal, e seu amor pelos doentes, a organização do hospital, serviço prestado a outros, principalmente os mais necessitados e excluídos. Estes dois pilares de Deus e do próximo, preencheram sua vida completamente, vividos quase que inteiramente dentro do hospital. Por que quanto mais amamos a Deus e rezamos, mais verdadeiramente amamos aqueles que estão ao nosso redor, pois seremos capazes de ver cada pessoa no rosto do Senhor, que ama sem limites e sem distinção." Isto é o que caracteriza a visão de Catarina sobre o purgatório. Em seu Tratado do purgatório e o Diálogo entre a alma e o corpo não há nenhuma revelação específica sobre o purgatório ou as almas que estão sendo purificadas." Entretanto, "a forma usada para descrevê-lo é original comparada à epoca. A primeira parte diz respeito ao lugar de purificação das almas. Na época, foi principalmente retratado pelo uso de imagens relacionadas a um lugar nas profundezas da terra." Para Catarina, entretanto, o purgatório não é um fogo externo, mas sim, um fogo interior".

"A alma vem a Deus, ainda presa aos desejos e a punição resultante do pecado e, desta forma, torna impossíel desfrutar da beatífica visão de Deus." "A alma está ciente do imenso amor e da perfeita justiça de Deus e, assim, sofre por deixar de responder adequadamente a tal amor e perfeição" e o amor de Deus a purifica". Os Santos, disse Bento XVI, em suas experiências de união com Deus, "chegam a um conhecimento tão profundo dos mistérios divinos, em que o amor e o conhecimento os penetram para auxiliarem os teólogos em seus esforços de estudar os mistérios da fé".

Catarina, conclui o Papa, "nos ensina que quantomais amamos a Deus e entramos na intimidade Dele em oração, mais Ele Se nos dá a conhecer e transforma nossos corações com seu amor". Ao escrever sobre o Purgatório, ela nos convida a rezar pelos fiéis falecidos. Uma mulher "humilde, fiel e bondosa", que trabalhou no hospital por toda sua vida", um exemplo iluminado de caridade para todos, e encorajamento especial para mulheres que prestam uma contribuição fundamental para a sociedade e a Igreja através de seus valorosos trabalhos, enriquecidas pela sua sensibilidade e atenção aos mais pobres e mais necessitados.


Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: Pope: Purgatory, the "interior" fire that purifies and makes it possible to draw close to God  - AsiaNews.it


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