sábado, 21 de agosto de 2010

Quem são os chamados "irmãos" de Jesus na bíblia?

Artigo Traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês aqui: Maria de Cléofas de Christopher Y Wong

Maria de Cléofas

“Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.” João, 19:25

Devemos interpretar a expressão “a irmã de Sua Mãe” literalmente, sendo filhas dos mesmos pais, ou devemos entendê-la no mesmo sentido de que os “irmãos de Jesus” devam ser entendidos como parentes próximos?


Respondendo resumidamente, é provável que Maria de Cléofas fosse cunhada da Bendita Virgem. Maria de Cléofas pode ter tido anteriormente um marido chamado Alfeu, ou este Alfeu pode ter sido Cléofas. A Bendita Virgem Maria, naturalmente, teve somente um marido (José) e permaneceu virgem.


Respondendo de forma mais ampla:


Os parentes de Jesus


Ao ler a Bíblia, percebemos que Jesus tinha “irmãos” chamados Tiago, José, Simão (Simeão) e Judas (Mateus, 13:55). Também sabemos que Sua mãe Maria tinha uma “irmã” chamada Maria. Esta outra Maria tinha um marido chamado Cléofas (João, 19:25). Espero resumir e explicar aqui este labirinto de parentesco. Não procuro provar a perpétua virgindade da Bendita Virgem Maria aqui. Para esta finalidade, existem muitas outras fontes, as quais listarei a seguir.


Primeiramente, vejamos o que os Evangelhos nos dizem. Na morte de Jesus, sabemos que Maria, esposa de Cléofas/Clopas (João, 19:25) estava presente. Em uma fonte ela é descrita como a mãe de Tiago e José (Mateus, 27:56), e em outra, como a mãe de Tiago o Menor e José (Marcos, 15:40). Por outro lado, Tiago é descrito como o filho de Alfeu nos Evangelhos Sinópticos dos Apóstolos (Mateus, 10:3, Marcos, 3:18, Lucas, 6:15). Podemos inferir que é improvável que Maria, mulher de Cléofas, fosse realmente a irmã da Virgem Maria, uma vez que possuem o mesmo nome. Entretanto, elas são relacionadas de alguma forma. Isso se conforma ao uso semítico da palavra “irmão” com relação a Tiago e Jesus.


Um antigo historiador chamado Hegesipo explica ainda melhor essa situação. Nativo da Palestina, Hegesipo terminou seus estudos no reinado do Papa Eleutério (175-189), quando era já idoso. Ele buscou informações de fontes pessoais, uma vez que podia questionar alguns membros remanescentes da família de Jesus. Hegesipo nos diz que:


“Após o martírio de Tiago, foi unanimemente decidido que Simeão, filho de Cléofas, era digno de ocupar a Sé de Jerusalém. Conforme se dizia, ele era um primo do Salvador.” Hegesipo, de fato, defende que Cléofas foi irmão de José (Eusebius, Hist. Eccl. III, 11).


Santo Epifânio (Haer., LXXVII, 7) defende a mesma coisa e acrescenta (ibid..,14) “que este Simeão, o filho de Cléofas, era primo de Tiago o Justo,” conforme Hegesipo diz em outra pssaggem. (Prat, Jesus Christ, p. 505).


Cléofas é o irmão de José (o pai adotivo de Jesus). Maria, esposa de Cléofas é cunhada da Virgem Maria, o que explica a razão de terem o mesmo nome e serem chamadas de irmãs. Também se entende que Tiago é primo de Jesus. Ferdinand Prat argumenta:


“Sabemos, então, que a mãe de dois dos “irmãos” do Senhor era Maria de Cléofas, a irmã da Bendita Virgem. Também sabemos que Cléofas, irmão de São José, era pai de um terceiro personagem chamado Simão ou Simeão. Uma vez que Judas é sempre relacionado a Simão e é, assim como ele, parte da família de Davi, é natural supor que ele também fosse filho de Cléofas.


Todos os pontos que permanecem obscuros seriam explicados, em nossa opinião, se duas hipóteses forem sugeridas:


Maria, a irmã da Bendita Virgem, tendo dois filhos, Tiago e José, de um primeiro casamento, casou-se uma segunda vez com Cléofas, irmão de São José, que também teve dois filhos, Simão e Judas, de um casamento anterior. À luz dos costumes do país e da época, não havia nada extraordinário no casamento de uma viúva com um viúvo, em que cada um deles tivesse filhos. A Segunda hipótese é de que a irmã da Bendita Virgem teve como seu primeiro marido um homem da tribo de Levi chamado Alfeu.


Nesta linha de estudos, muitas dúvidas a esta questão seriam explicadas. Desta forma, poderia se explicar porque Tiago, José, Simão e Judas são sempre nomeados nesta ordem como os “irmãos” do Senhor;


- porque Tiago e José são distinguidos de Simão e Judas;


-porque Maria, “irmã” da Bendita Virgem, é chamada de mãe de Tiago e José, e não a mãe de Simão e Judas;


-porque, de acordo com Hegesipo, Simão, mas não Tiago é o filho de cléofas;


-porque, novamente em conformidade com Hegesipo, Simão e Judas são da família de Davi;


-porque, de acordo com a Tradição, Tiago era de descendência sacerdotal;


-porque a opinião comum Católica identifica Tiago, filho de Maria, irmã da Bendita Virgem, com Tiago, o Apóstolo, filho de Alfeu;


-porque Maria de Cléofas é chamada no Evangelho “irmã” da Bendita Virgem, quando, na verdade, era sua cunhada, sendo esposa do irmão de São José;


-finalmente, porque, após as mortes de José e Cléofas, as duas irmãs reuniram suas famílias, para que daí por diante, as duas famílias se tornassem apenas uma. (Prat, Jesus Christ, p. 136-137).


Não ouvimos falar sobre Cléofas ou José (o pai adotivo de Jesus) nos Evangelhos durante a vida adulta de Jesus. Podemos concluir que após suas mortes, as duas famílias – sem seus progenitores e cabeças – passaram a viverem sob o mesmo teto. Isso fortaleceria suas relações: as duas Marias como “irmãs” e Jesus e Seus primos como “irmãos”. O Evangelho e a Tradição mantiveram estes nomes sem negar a virgindade perpétua de Maria.


Leitura e bibliografia suplementares


Ao reler meu texto acima, temo que eu possa ter deixado de citar muitas outras fontes. Eu não pretendo alegar que o que eu escrevi seja obra original minha. As fontes originais devem ser consultadas para se ter uma plena leitura. Citarei algumas leituras suplementares:


Prat, Ferdinand. Jesus Christ: His Life, His Teaching, and His Work, 2 vols. (Milwaukee, 1950). An orthodox Catholic work, this is my primary historical source. A strong defense of the Catholic position, and a fascinating work, it is described by Carroll as "thorough and profound".


Carroll, Warren H. The Founding of Christendom (Christendom Press, 1985). The first of a projected 7 volumes (3 completed), this book's detailed end-notes and annotated bibliography led me to Prat. Vivid and readable, this is the only attempt this century at a history of Christianity from an orthodox Catholic viewpoint that I know of. Warren Carroll is an expert on the Ask Experts forum.


St. Jerome. Against Heldivius. Where better to get a scriptural defense of Mary's perpetual virginity than the greatest Bible scholar of his day? The standard Protestant objections of today were handily refuted in AD 383, such that this heresy did not resurface again until relatively modern times. James Akin has an electronic copy at http://www.primenet.com/~jakin.


Fr Most, William G. "Brothers and Sisters of Jesus". This short article defends Mary's perpetual virginity, with some attention to linguistic issues. Available as jesbrs.txt on ewtn.com. Fr Most is an expert on the Ask Experts forum.


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Provided Courtesy of:
Eternal Word Television Network
5817 Old Leeds Road
Irondale, AL 35210
Fonte: Eternal Word Television Network: http://www.ewtn.com/
Fonte: Texto original em inglês:  Eternal Word Television Network


Traduzido por Raimundo Santos











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