sábado, 4 de setembro de 2010

Nasa pretende enviar sonda à superfície do sol

 Nasa pretende enviar sonda à superfície do sol

Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: BBC


 
A Nasa está pretendendo se aproximar do sol como nunca feito antes, com planos de enviar uma espaçonave não tripulada do tamanho de um carro para dentro da atmosfera mais exterior da estrela.

Os cientistas esperam lançar a Sonda Solar Plus (SSP) antes de 2018.

Antes que ela seja destruída pelas tórridas temperaturas que passam de 1.400 ºC, a sonda terá que obter informações valiosas sobre nossa estrela mãe.

Estima-se que o projeto da sonda solar custe aproximadamente $180 milhões de dólares.

Para suportar as temperaturas e a radiação, os instrumentos serão protegidos por uma enorme blindagem de calor feita de composto de carbono que ainda precisa ser construída.

Pesquisadores dizem que o sol é um dos poucos lugares para onde o homem ainda não enviou uma espaçonave.

"Tentar compreender como o sol influencia a terra é bastante intrigante atualmente," explicou à BBC News, Richard Harrison, físico solar do Laboratório Rutherford Appleton do Reino Unido.

"Algo que ainda nunca fizemos de verdade é ir até lá. Pensa-se em uma espaçonave voando além de Marte ou Vênus, mas com relação ao sol, é um pouco diferente.

"[Mas podemos enviar] uma espaçonave perto do sol, e esse é o plano para a próxima geração de espaçonaves."
 
Lika Guhathakurta, cientista do programa Sonda Solar Plus da Nasa em Washington-DC, disse que "pela primeira vez, poderemos tocar, sentir e cheirar nosso sol."

A espaçonava será equipada com vários instrumentos, entre os quais, um detector de partículas de ventos solares, uma câmera 3D, um dispositivo para medir o campo magnético.

A atmosfera exterior do sol é chamada de corona, e ela é algumas centenas de vezes mais quente do que a fotosfera, ou a superfície visível da estrela.

O professor Harrison disse que para muitas pessoas poderia parecer estranho que o sol, de fato, tenha uma atmosfera.





Mas ele tem, explica ele: "É este plasma de milhões de graus [que consiste de] partículas carregadas, presas em "loops magnéticos", um tipo de super campos magnéticos."

Um dos objetivos da missão SSP é compreender a natureza do "vento solar", a massa de partículas carregadas que se afasta do sol para o espaço.

"Os experimentos selecionados para a Sonda Solar Plus são especificamente destinados a resolver duas questões-chave da física solar: por que a atmosfera externa do sol é tão mais quente do que sua superfície visível, e o que impulsiona o vento solar que afeta a terra e nosso sistema solar," explicou Dick Fisher, diretor da Divisão Heliofísica da Nasa em Washington-DC.

"Por décadas essas perguntas têm nos intrigado, e esta missão poderia, finalmente, oferecer respostas."

A missão SSP não é o único projeto em andamento para se aproximar do sol. Tanto a Nasa quanto a Agência Espacial Européia (ESA) estão trabalhando em uma outra missão chamada Solar Orbiter (Orbitador Solar), um satélite que também poderá chegar à estrela no final desta década.

Mas o professor Harrison disse que a missão SSP tem objetivos ainda muito maiores.

"A Sonda Solar irá, literalmente, atravessar uma pequena porção da atmosfera do sol, e isso nunca foi feito antes."

"O real desafio será realizar as medições - não se pretende apenas medir os efeitos que se obterá da atmosfera [pela espaçonave].

"É como se estivesse empurrando um barco em um rio e medir algo sobre sua superfície - não se pretende medir as ondas a partir do barco. É um verdadeiro desafio, mas é algo que se pode fazer.


Artigo traduzido por Raimundo Santos
original em inglês: BBC


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