Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: BBC
O Vaticano informou que poderá apelar diplomaticamente ao Irã para que seja poupada a vida da mulher iraniana sentenciada à morte por apedrejamento em caso de adultério.
O comunicado seguiu-se a um pedido de ajuda do filho da mulher, Sakineh Mohammadi Ashtiani, em entrevista concedida à uma agência de notícias italiana.
Após apelo internacional, em julho, autoridades iranianas interromperam, temporariamente, a sentença de apedrejamento da Sra. Ashtiani.
Entretanto, intercessores da iraniana temem que ela ainda corre risco de ser enforcada.
O Vaticano divulgou que estava "acompanhando este caso com atenção e compromisso," disse o porta-voz Federico Lombardi em um comunicado.
"A posição da Igreja contra a pena de morte é bem conhecida e, em particular, o apedrejamento é uma forma brutal de se matar alguém," disse ele.
O padre Lombardi disse que o Vaticano poderia usar canais diplomáticos para tentar salvar a Sra. Ashtiani, mas informou à agência de notícias Associated Press que não tinha sido feito nenhum pedido formal de intervenção.
Mais chibatadas
Em entrevista à agência de notícias italiana Adnkronos, o filho da Sra. Ashtiani, Sajad Ghaderzadeh apelou ao Papa Bento XVI e ao governo italinao para ajudarem a salvar a vida de sua mãe.
A Itália tem fortes relações econômicas com o Irã.
O ministro das Relações Exteriores italiano, Franco Frattini, pediu à Teerã para considerar "um ato de clemência".
No sábado, o Sr. Ghadezadeh disse que um juíz iraniano havia sentenciado sua mãe a 99 chibatadas por "difundir corrupção e indecência" devido à publicação em um jornal britânico, supostamente, mostrando ela sem o lenço de cabeça.
A fotografia foi publicada em 28 de agosto, mas alguns dias depois, o jornal Times publicou um pedido de desculpa, explicando que a fotografia não era da Sra. Ashtiani, mas de outra mulher iraniana.
Em maio de 2006, um tribunal na província do Azerbaijão do Leste considerou a Sra. Ashtiani culpada por ter tido um relacionamento ilícito com dois homens, causando a morte de seu marido. Ela recebeu 99 chibatadas.
Mas em setembro, durante o julgamento de um homem acusado de assassinar seu marido, outro tribunal reabriu um caso de adultério baseado em eventos que, supostamente, aconteceram antes de seu marido morrer.
Apesar de negar a acusaçao em uma confissão que ela disse que foi forçada a fazer sob tortura, a Sra. Ashtiani foi acusada de "adultério ainda quando casada" e sentenciada à morte por apedrejamento.
Em agosto, a TV iraniana divulgou o que alegou ser uma confissão da Sra. Ashtiani sobre seu envolvimento no assassinato de seu marido em 2005.
Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: BBC
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