quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A Bíblia Católica e a Doutrina do Purgatório

A Bíblia Católica e a Doutrina do Purgatório



Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: The Catholic Bible and the Doctrine of Purgatory

 Pelo Bispo Mark A. Pivarunas, CMRI

Dia de Todos os Santos

1 de novembro de 2000



Caríssimo amado em Cristo,

No mês de novembro, nossa Santíssima Mãe, a Igreja Católica, exorta seus filhos a cumprirem, de maneira singular, uma das obras espirituais da caridade: "rezar para os mortos". No dia 2 de novembro, a Igreja oferece aos sacerdotes o privilégio de realizar o Sagrado Sacrifício da Missa três vezes e concede uma indulgência plenária aplicável às santas almas do Purgatório, quando o fiel visita a igreja e recita seis Pai Nossos, Ave-Marias e Glórias. Além disso, durante o mês de novembro existem outros exercícios de piedade, pelos quais podemos assistir as almas que sofrem no Purgatório.

Quanto mais nos familiarizamos com este exercício espiritual de misericórdia, rezar para os mortos, nossa crença na doutrina Católica do Purgatório é fortemente negada pelos protestantes. Eles, simplesmente negam esta doutrina e alegam que não existe referência a ela nas Sagradas Escrituras. Quantas vezes os ouvimos perguntar: "Onde está escrito Purgatório na bíblia? Eles acham que é sem sentido fazer súplicas a Deus pelos fiéis falecidos.

Como pode um Católico refutar estas falsas alegações? Onde nas Escrituras Sagradas encontramos nossa crença do Purgatório? Existe referência no Antigo e no Novo Testamentos? E existem outras provas para fundamentar nossas referências nas Sagradas Escrituras?

Antes da vinda de Cristo, os escolhidos de Deus, os Israelitas, fizeram súplicas para os falecidos? O primeiros Cristãos rezavam para os fiéis falecidos?

Quão importante é para os Católicos conhecerem as respostas a estas perguntas! Examinemos a doutrina do Purgatório, não somente com o propósito de defender nossa Fé Católica, mas também com a intenção de nos motivarmos a uma maior devoção às almas do Purgatório.

No Antigo Testamento encontramos referência no segundo livro dos Macabeus (II Macabeus, 12:43-46), e no Novo Testamento encontramos referência do Purgatório no Evangelho de São Mateus (Mateus, 12:32).

Antes de citarmos a referência ao segundo livro de Macabeus, é necessário rever a história do Antigo Testamento, pois este texto bíblico é um dos sete livros que não é encontrado nas bíblias protestantes atualmente. E assim, faz-se necessário demonstrar sua autenticidade como parte da palavra revelada de Deus.

Por que a Biblia Católica tem sete livros a mais no Antigo Testamento do que as Bíblias protestantes? A resposta está no fato de que antes da vinda de Cristo, os Israelitas, o Povo escolhido de Deus, possuíam dois Canons das Escrituras: o Antigo Canon Judaico (escrito em hebraico) e a Septuaginta (escrito em grego), que recebeu este nome dos eruditos hebreus que traduziram o Antigo Testamento da língua hebraica para a língua grega (séculos antes da vinda de Cristo). A Septuaginta foi diligentemente utilizada nas sinagogas judaicas até o inicio do segundo século. A diferença entre a Septuaginta e o Antigo Canon Judaico não era somente na língua em que foram escritas, mas também que a Septuaginta continha sete livros extras: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Primeiro e Segundo Macabeus e partes de Ester e Daniel.

Para os Católicos, é importante conhecer os seguintes fatos sobre a Septuaginta:

1-Os Apóstolos e os autores do Novo Testamento fizeram citações principalmente da Septuaginta. De fato, das 350 citações do Antigo Testamento encontradas no Novo Testamento, aproximadamente 300 destas são extraídas diretamente da Septuaginta.

2-Os judeus, que haviam, por séculos, universalmente aceitado a Septuaginta Grega, a desprezaram depois que a Igreja Cristã, em sua controvérsia apologética com escritores judaicos, apontaram as passagens Messiânicas que eram mais claramente apresentadas na Septuaginta Grega do que na versão Hebraica.

3-Alguns dos escritores do Novo Testamento fizeram uso dos livros adicionais contidos na Septuaginta, particularmente o Livro da Sabedoria, que parece ser um tema familiar nas Epístolas de São Paulo. A Epístola de São Tiago - por exemplo - mostra uma semelhança com o Livro do Eclesiástico. Portanto, os Apóstolos e os autores do Novo Testamento fizeram referência a estes livros adicionais na pregação e na escrita e, por conseguinte, deram a elas a sua aprovação.

4-A Septuaginta Grega foi o único texto da Bíblia do Antigo Testamento universalmente lido na Igreja Primitiva Cristã desde o seu começo. A Epístola do Papa Clemente, escrita antes do final do século primeiro, faz uso do Eclesiástico e da Sabedoria, analisa o livro de Judite e faz citações das partes adicionais do livro de Ester. O mesmo é verdade com relação a outros escritores Cristãos da Igreja Primitiva.

5-As mais antigas Bíblias Cristãs existentes hoje (Codex Vaticanus, datado da primeira metade do quarto século; o Codex Sinaiticus, datado do quarto século, o Codex Alexandrinus, pertencente ao quinto século, e o Codex Ephraemi, também pertencente ao quinto século) contêm todos os livros do Antigo e do Novo Testamentos, da mesma forma que os encontramos em nossas bíblias Católicas hoje.

E se quisermos saber a razão porque nossas Bíblias Católicas têm os mesmos livros dos mais antigos manuscritos bíblicos existentes, devemos simplesmente observar a história d Igreja fundada por Cristo e compreender que estes livros do Antigo e do Novo Testamentos estiveram em posse da Igreja desde os primórdios do Cristianismo. O Papa Damásio, no ano 382 da Era Cristã, confirmou a autenticidade dos livros das Sagradas Escrituras, e o Concílio de Cartago, em 397 da Era Cristã, confirmou este Canon das Sagradas Escrituras.


Em Cristo Jesus e Maria Imaculada,

Most Rev. Mark A. Pivarunas, CMRI



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