domingo, 2 de dezembro de 2012

23 Razões para um Padre Usar o Colarinho Clerical


23 Razões para um Padre Usar o Colarinho Clerical

Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: 23 Reasons Why a Priest Should Wear His Collar


Leia também sobre o mesmo assunto aqui: Padre, use batina: a ciência recomenda!
Monsenhor Charles M. Mangan & Padre Gerald E. Murray. "Por que os padres devem usar o colarinho clerical."

1-O colarinho clerical é um sinal de consagração sacerdotal ao Senhor. Assim como uma aliança de casamento identifica marido e esposa e simboliza a união que eles vivem, igualmente, o colarinho clerical identifica os bispos e padres (e frequentemente os diáconos e seminaristas) e manifesta a proximidade deles com o Divino Mestre pela virtude de seu livre consentimento ao ministério ordenado ao qual foram chamados.

2-Ao usar o colarinho clerical e se abster do uso excessivo de roupas, o sacerdote demonstra adesão ao exemplo do Senhor com relação à pobreza material. O sacerdote não escolhe suas roupas – a Igreja escolhe por ele, graças a sua sabedoria acumulada em mais de dois milênios. A humilde aceitação do desejo da Igreja de que o sacerdote use o colarinho clerical, ilustra a saudável submissão à autoridade e conformidade à vontade de Cristo, conforme expresso pela Sua Igreja.

3-A Lei da Igreja requer que os seus clérigos vistam trajes clericais. Citamos acima o número 66 do Diretório para o Ministério e  a Vida dos Sacerdotes, que por sua vez é uma citação do Cânon 284.

4-O uso do colarinho clerical era o desejo constante, ardente e reiterado do Papa João Paulo II. O desejo do Santo Padre com relação a esta questão não pode ser simplesmente esquecido; ele falava com especial carisma. Ele frequentemente lembrava aos sacerdotes do valor do uso do colarinho clerical. Em uma carta de 8 de setembro de 1982 ao Cardeal Ugo Poletti, seu Vigário para a Diocese de Roma, instruindo-o à promulgação de normas concernentes ao uso do colarinho clerical e o hábito religioso, o Pontífice observou que a vestimenta clerical é valiosa “não somente por sua contribuição à conformidade do sacerdote em seu comportamento externo ou no exercício de seu ministério, mas acima de tudo, porque ela, publicamente, é evidência e testemunha na comunidade eclesiástica de que cada sacerdote deve oferecer sua própria identidade e pertença especial a Deus.” Em uma homilia realizada em 8 de Novembro de 1982, o Papa discursou para um grupo de diáconos prestes a serem ordenados sacerdotes. Ele disse que se eles procurassem ser como qualquer outra pessoa em seus estilos de vida e maneira de vestir, então a missão deles como sacerdotes de Jesus Cristo não seria plenamente realizada.

5-O colarinho clerical impede “mensagens mistas”, outras pessoas reconhecerão as intenções do sacerdote quando ele estiver sozinho, em situações circunstanciais. Suponhamos que um sacerdote seja chamado a uma visita pastoral a residências em uma região onde o tráfico de drogas ou a prostituição sejam prevalentes. O colarinho clerical envia uma clara mensagem a todos de que o sacerdote está ali para assistir o doente e o necessitado em nome de Cristo. Poderiam surgir boatos de que um conhecido sacerdote da comunidade em visita aos moradores estivesse vestido como um homem comum.

6-O colarinho clerical inspira outros a evitarem o despudor na maneira de vestir, falar e agir, lembrando-os da necessidade do decoro público. Um sacerdote bem disposto, mas também comprometido, pode fazer com que outros o imitem na sua conduta. O colarinho clerical é desafio necessário em uma época cheia de impurezas, exposição sugestiva do modo de vestir, discurso blasfemo e atitudes escandalosas. 

7-O colarinho clerical é proteção para a vocação pessoal ao se relacionar com jovens e atraentes mulheres. Um sacerdote sem o colarinho clerical (e, naturalmente, sem o anel matrimonial) pode parecer um alvo atraente aos desejos de uma mulher solteira procurando se casar, ou para uma mulher casada propensa à infidelidade.

8-O colarinho clerical funciona como um tipo de “salvaguarda”. O colarinho clerical lembra ao sacerdote de sua missão e identidade: para testemunhar a Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote, como um de seus irmãos-sacerdotes.

9-Um sacerdote usando o colarinho clerical é uma inspiração a outros que dirão: “Eis um moderno discípulo de Jesus.” O colarinho clerical fala da responsabilidade de fazer um sincero e duradouro compromisso a Deus. Crentes de diferentes idades, nacionalidades e temperamentos perceberão a vida centrada e virtuosa do homem que alegre e orgulhosamente se veste como um sacerdote Católico e, talvez reconhecerão que também eles podem se consagrar de novo, ou pela primeira vez, ao amado Bom Pastor.

10-O colarinho clerical é fonte de um benéfico embaraço para não-Católicos. A maioria dos não-Católicos não têm experiências com ministros que usam trajes clericais. Desta forma, os padres Católicos, pela virtude de suas vestes, podem levá-los à reflexão ( mesmo que se trate apenas de um simples modo de vestir) sobre a Igreja e o que a envolve.

11-Um sacerdote vestido como a Igreja deseja é um sinal de Deus e do sagrado. A prevalente desordem secular não se alinha a imagens que têm a conotação do Altíssimo, da Igreja, etc. Quando o padre usa o colarinho clerical, os corações e pensamentos das pessoas se elevam salutarmente ao Ser Superior, que normalmente é deixado de lado na agenda da cultura contemporânea.

12-O colarinho clerical é também um lembrente ao sacerdote de que “nunca ele deixa de ser sacerdote.” Com tanta confusão atualmente, o colarinho clerical pode ajudar o sacerdote a superar dúvidas quanto à sua identidade. Roupa em excesso pode facilmente levar – e frequentemente o faz – a dois estilos de vida, ou até mesmo a duas personalidades.

13-Um sacerdote usando um colarinho clerical é uma mensagem itinerante de sua vocação. A figura alegre e jovial de um padre que caminha confiantemente pela rua pode atrair jovens rapazes a considerarem a possibilidade de que Deus os está chamando ao sacerdócio. Deus faz o chamado; o sacerdote é simplesmente um sinal visível de que Deus usará para levar os homens a Ele.

14-O colarinho clerical torna o sacerdote disponível para os Sacramentos, principalmente a Confissão e a Unção dos Enfermos, e também para situações difíceis. Porque o colarinho clerical oferece reconhecimento instantâneo, os sacerdotes que fazem uso dele se tornam mais accessíveis, principalmente em momentos de grande necessidade. Eles podem dar testemunho ao serem chamados a ministrar os Sacramentos e dar assistência em aeroportos, no meio do povo nas cidades e localidades isoladas, porque foram prontamente reconhecidos como padres Católicos.

15-O colarinho clerical é um sinal de que o sacerdote está se esforçando para buscar a santidade ao viver sua vocação sempre. É um sacrifício tornar-se constantemente disponível para as almas ao ser publicamente identificável como sacerdote, mas um sacrifício agradável ao Nosso Divino Senhor. Somos lembrados de como as pessoas vieram a Ele, e como Ele nunca os abandonou. Há muitas pessoas que se beneficiarão de nosso sacrifício e esforço paara serem sacerdotes santos continuamente.

16-O colarinho clerical serve como lembrete aos Católicos “alienados” para que não esqueçam sua situação irregular e suas responsabilidades ao Senhor. O sacerdote é uma testemunha – para o bem ou para o erro – de Cristo e sua Santa Igreja. Quando uma “ovelha desgarrada” vê um sacerdote, ele é encorajado a se lembrar que a Igreja continua a existir. Um sacerdote de boa vontade é uma lembrança salutar da Igreja.

17-O uso dos trajes clericais é um sacrifico às vezes, principalmente quando está calor. As melhores mortificações são as que não buscamos. Adaptar-se aos desconfortos do calor e da humidade pode ser uma maravilhosa reparação para nossos próprios pecados e um meio de se obter graças para nossos paroquianos.

18-O colarinho clerical serve como um “sinal de contradição” ao mundo perdido no pecado e rebelado contra o Criador. O colarinho clerical funciona como uma poderosa declaração: o sacerdote como um “alter Christus” aceitou o mandado do Redentor para levar o Evangelho nos espaços públicos, independente do custo pessoal.

19-O colarinho clerical ajuda os sacerdotes a evitarem a acomodação à mentalidade "dia de trabalho/dia de folga" na prática do ofício sacerdotal. Os números 24 e 7 deveriam ser nossos números especiais: somos sacerdotes 24 horas por dia, 7 dias por semana. Somos sacerdotes e não homens que se engajam no “ofício sacerdotal.” Em serviço ou de folga, deveríamos estar disponíveis a qualquer pessoa que Deus possa enviar ao nosso caminho. A “ovelha perdida” não tem hora marcada.

20-Os oficiais do exército de Cristo deveriam ser identificados como tal. Tradicionalmente, sabemos que aqueles que recebem o Sacramento da Confirmação tornam-se “soldados” de Cristo, Católicos maduros prontos e desejosos de defender seu nome e sua Igreja.

21-O santos nunca aprovaram um comportamento desinteressado quanto aos trajes sacerdotais. Por exemplo, Santo Afonso de Ligório (1696-1787), Santo Patrono dos confessores e teólogos da doutrina moral, no seu estimado tratado A Dignidade e Deveres dos Sacerdotes, encoraja o uso dos trajes clericais apropriados, exortando que o colarinho clerical auxilia tanto o sacerdote quanto o fiel a recordarem do sublime esplendor da condição sacerdotal instituída Deus-Homem.

22-A maiora dos Católicos espera que seus sacerdotes se vistam apropriadamente. Os sacerdotes têm há muito tempo oferecido um vigoroso conforto e segurança aos fiéis. Desde a juventude, os Católicos aprendem que o sacerdote é um representante de Deus – alguém que eles podem confiar. Portanto, as Pessoas de Deus querem saber quem são estes representantes e para que eles servem. O estimado costume de usar trajes distinguíveis foi sancionado há séculos pela Igreja; não se trata de uma imposição arbitrária. Os Católicos esperam que seus sacerdotes se vistam como sacerdotes e se comportem em harmonia com o ensinamento e prática da Igreja. Quão tristemente mostramos nos últimos anos, os fiéis se sentem particularmente afetados e feridos quando os sacerdotes desafiam a legitimidade e autoridade da Igreja, ensinando e agindo de forma inapropriada e, até mesmo, pecaminosa.

23-Sua vida não te pretence; você pertence a Deus de uma maneira especial, você foi enviado para servi-Lo com sua vida. Quando acordamos cada manhã, deveríamos elevar nossos pensamentos ao Nosso Amado Deus e pedir pela graça de servi-Lo bem naquele dia. Lembramos a nós mesmos de nossa condição como Seus servos escolhidos ao colocarmos o traje que proclama para todos que vejam que Deus ainda está operando neste mundo através do ministério dos homens pobres e pecadores.

Monsenhor Charles M. Mangan & Padre Gerald E. Murray. “Por que um sacerdote deveria usar o colarinho clerical.” Homiletic & Pastoral Review (Junho, 1995)
Fundada há mais de cem anos, Homiletic & Pastoral Review é uma das revistas pastorais mais respeitadas no mundo. HPR apresenta sólidos artigos sobre cada aspecto da vida pastoral e eloqüentes sermões semanalmente, que trazem luz através da exposição da Escritura.
O autor
O Monsenhor Charles M. Mangan foi nomeado por Sua Santidade, o Papa João Paulo II, ao cargo a serviço da Congregação do Vaticano para Institutos da Vida Consagrada e Sociedades da Vida Apostólica. Ordenado em 1989, Monsenhor Mangan anteriormente serviu à Diocese de Sioux Falls em diversas paróquias.
O padre Gerald E. Murray é padre da Arquidiocese de Nova York. Ele graduou-se em Darmouth College e foi ordenado em 1984, após completar os estudos no St. Joseph's Seminary, em Dunwoodie, N.Y. Atualmente ele estuda a lei canônica na Universidade Gregoriana, em Roma.
Copyright © 2010 Homiletic & Pastoral Review

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