23 Razões para um Padre Usar o Colarinho Clerical
Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: 23 Reasons Why a Priest Should Wear His Collar
Leia também sobre o mesmo assunto aqui: Padre, use batina: a ciência recomenda!
Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: 23 Reasons Why a Priest Should Wear His Collar
Leia também sobre o mesmo assunto aqui: Padre, use batina: a ciência recomenda!
Monsenhor Charles M. Mangan & Padre Gerald E. Murray. "Por que os padres devem usar o colarinho clerical."
1-O colarinho clerical é um sinal de consagração sacerdotal ao Senhor. Assim como uma
aliança de casamento identifica marido e esposa e simboliza a união que eles
vivem, igualmente, o colarinho clerical identifica os bispos e padres (e
frequentemente os diáconos e seminaristas) e manifesta a proximidade deles com
o Divino Mestre pela virtude de seu livre consentimento ao ministério ordenado
ao qual foram chamados.
2-Ao usar o colarinho clerical e se abster do uso excessivo de roupas, o
sacerdote demonstra adesão ao exemplo do Senhor com relação à pobreza material. O sacerdote não
escolhe suas roupas – a Igreja escolhe por ele, graças a sua sabedoria
acumulada em mais de dois milênios. A humilde aceitação do desejo da Igreja de
que o sacerdote use o colarinho clerical, ilustra a saudável submissão à
autoridade e conformidade à vontade de Cristo, conforme expresso pela Sua
Igreja.
3-A Lei da Igreja requer que os seus clérigos
vistam trajes clericais. Citamos acima o número 66 do Diretório para o Ministério e a Vida dos Sacerdotes, que por sua vez é uma citação do Cânon 284.
4-O uso do colarinho clerical era o desejo
constante, ardente e reiterado do Papa João Paulo II. O desejo do Santo Padre
com relação a esta questão não pode ser simplesmente esquecido; ele falava com
especial carisma. Ele frequentemente lembrava aos sacerdotes do valor do uso do
colarinho clerical. Em uma carta de 8 de setembro de 1982 ao Cardeal Ugo
Poletti, seu Vigário para a Diocese de Roma, instruindo-o à promulgação de
normas concernentes ao uso do colarinho clerical e o hábito religioso, o
Pontífice observou que a vestimenta clerical é valiosa “não somente por sua
contribuição à conformidade do sacerdote em seu comportamento externo ou no exercício de seu ministério, mas acima de tudo, porque ela, publicamente, é
evidência e testemunha na comunidade eclesiástica de que cada sacerdote deve
oferecer sua própria identidade e pertença especial a Deus.” Em uma homilia
realizada em 8 de Novembro de 1982, o Papa discursou para um grupo de diáconos
prestes a serem ordenados sacerdotes. Ele disse que se eles procurassem ser
como qualquer outra pessoa em seus estilos de vida e maneira de vestir, então a
missão deles como sacerdotes de Jesus Cristo não seria plenamente realizada.
5-O colarinho clerical impede “mensagens
mistas”, outras pessoas reconhecerão as intenções do sacerdote quando ele
estiver sozinho, em situações circunstanciais. Suponhamos que um sacerdote seja
chamado a uma visita pastoral a residências em uma região onde o tráfico de
drogas ou a prostituição sejam prevalentes. O colarinho clerical envia uma
clara mensagem a todos de que o sacerdote está ali para assistir o doente e o
necessitado em nome de Cristo. Poderiam surgir boatos de que um conhecido
sacerdote da comunidade em visita aos moradores estivesse vestido como um homem
comum.
6-O colarinho clerical inspira outros a
evitarem o despudor na maneira de vestir, falar e agir, lembrando-os da
necessidade do decoro público. Um sacerdote bem disposto, mas também comprometido, pode fazer com que outros o imitem na sua conduta. O colarinho clerical é desafio
necessário em uma época cheia de impurezas, exposição sugestiva do modo de
vestir, discurso blasfemo e atitudes escandalosas.
7-O colarinho clerical é proteção para a
vocação pessoal ao se relacionar com jovens e atraentes mulheres. Um sacerdote
sem o colarinho clerical (e, naturalmente, sem o anel matrimonial) pode parecer
um alvo atraente aos desejos de uma mulher solteira procurando se casar, ou
para uma mulher casada propensa à infidelidade.
8-O colarinho clerical funciona como um
tipo de “salvaguarda”. O colarinho clerical lembra ao sacerdote de sua missão e
identidade: para testemunhar a Jesus Cristo, o Sumo Sacerdote, como um de seus
irmãos-sacerdotes.
9-Um sacerdote usando o colarinho
clerical é uma inspiração a outros que dirão: “Eis um moderno discípulo de
Jesus.” O colarinho clerical fala da responsabilidade de fazer um sincero e
duradouro compromisso a Deus. Crentes de diferentes idades, nacionalidades e
temperamentos perceberão a vida centrada e virtuosa do homem que alegre e
orgulhosamente se veste como um sacerdote Católico e, talvez reconhecerão que
também eles podem se consagrar de novo, ou pela primeira vez, ao amado Bom
Pastor.
10-O colarinho clerical é fonte de um benéfico
embaraço para não-Católicos. A maioria dos não-Católicos não têm experiências
com ministros que usam trajes clericais. Desta forma, os padres Católicos, pela
virtude de suas vestes, podem levá-los à reflexão ( mesmo que se trate apenas
de um simples modo de vestir) sobre a Igreja e o que a envolve.
11-Um sacerdote vestido como a Igreja
deseja é um sinal de Deus e do sagrado. A prevalente desordem secular não se
alinha a imagens que têm a conotação do Altíssimo, da Igreja, etc. Quando o
padre usa o colarinho clerical, os corações e pensamentos das pessoas se elevam
salutarmente ao Ser Superior, que normalmente é deixado de lado na agenda da cultura
contemporânea.
12-O colarinho clerical é também um
lembrente ao sacerdote de que “nunca ele deixa de ser sacerdote.” Com tanta
confusão atualmente, o colarinho clerical pode ajudar o sacerdote a superar dúvidas
quanto à sua identidade. Roupa em excesso pode facilmente levar – e frequentemente
o faz – a dois estilos de vida, ou até mesmo a duas personalidades.
13-Um sacerdote usando um colarinho
clerical é uma mensagem itinerante de sua vocação. A figura alegre e jovial de
um padre que caminha confiantemente pela rua pode atrair jovens rapazes a
considerarem a possibilidade de que Deus os está chamando ao sacerdócio. Deus
faz o chamado; o sacerdote é simplesmente um sinal visível de que Deus usará
para levar os homens a Ele.
14-O colarinho clerical torna o sacerdote
disponível para os Sacramentos, principalmente a Confissão e a Unção dos
Enfermos, e também para situações difíceis. Porque o colarinho clerical oferece
reconhecimento instantâneo, os sacerdotes que fazem uso dele se tornam mais accessíveis, principalmente em momentos de grande necessidade. Eles podem dar testemunho ao serem chamados a ministrar os Sacramentos e dar assistência em aeroportos, no meio do povo nas cidades e localidades isoladas, porque foram prontamente reconhecidos como padres Católicos.
15-O colarinho clerical é um sinal de que
o sacerdote está se esforçando para buscar a santidade ao viver sua vocação
sempre. É um sacrifício tornar-se constantemente disponível para as almas ao
ser publicamente identificável como sacerdote, mas um sacrifício agradável ao
Nosso Divino Senhor. Somos lembrados de como as pessoas vieram a Ele, e como Ele nunca os abandonou. Há muitas pessoas que se beneficiarão de nosso
sacrifício e esforço paara serem sacerdotes santos continuamente.
16-O colarinho clerical serve como
lembrete aos Católicos “alienados” para que não esqueçam sua situação irregular
e suas responsabilidades ao Senhor. O sacerdote é uma testemunha – para o bem ou para o erro – de Cristo e sua Santa Igreja. Quando uma “ovelha desgarrada” vê
um sacerdote, ele é encorajado a se lembrar que a Igreja continua a existir. Um
sacerdote de boa vontade é uma lembrança salutar da Igreja.
17-O uso dos trajes clericais é um sacrifico
às vezes, principalmente quando está calor. As melhores mortificações são as
que não buscamos. Adaptar-se aos desconfortos do calor e da humidade pode ser
uma maravilhosa reparação para nossos próprios pecados e um meio de se obter
graças para nossos paroquianos.
18-O colarinho clerical serve como um “sinal
de contradição” ao mundo perdido no pecado e rebelado contra o Criador. O
colarinho clerical funciona como uma poderosa declaração: o sacerdote como um “alter
Christus” aceitou o mandado do Redentor para levar o Evangelho nos espaços
públicos, independente do custo pessoal.
19-O colarinho clerical ajuda os
sacerdotes a evitarem a acomodação à mentalidade "dia de trabalho/dia de folga" na prática do ofício
sacerdotal. Os números 24 e 7 deveriam ser nossos números especiais: somos
sacerdotes 24 horas por dia, 7 dias por semana. Somos sacerdotes e não homens
que se engajam no “ofício sacerdotal.” Em serviço ou de folga, deveríamos estar
disponíveis a qualquer pessoa que Deus possa enviar ao nosso caminho. A “ovelha
perdida” não tem hora marcada.
20-Os oficiais do exército de Cristo
deveriam ser identificados como tal. Tradicionalmente, sabemos que aqueles que
recebem o Sacramento da Confirmação tornam-se “soldados” de Cristo, Católicos
maduros prontos e desejosos de defender seu nome e sua Igreja.
21-O santos nunca aprovaram um
comportamento desinteressado quanto aos trajes sacerdotais. Por exemplo, Santo
Afonso de Ligório (1696-1787), Santo Patrono dos confessores e teólogos da
doutrina moral, no seu estimado tratado A Dignidade e Deveres dos Sacerdotes,
encoraja o uso dos trajes clericais apropriados, exortando que o colarinho
clerical auxilia tanto o sacerdote quanto o fiel a recordarem do sublime
esplendor da condição sacerdotal instituída Deus-Homem.
22-A maiora dos Católicos espera que seus
sacerdotes se vistam apropriadamente. Os sacerdotes têm há muito tempo
oferecido um vigoroso conforto e segurança aos fiéis. Desde a juventude, os
Católicos aprendem que o sacerdote é um representante de Deus – alguém que eles
podem confiar. Portanto, as Pessoas de Deus querem saber quem são estes
representantes e para que eles servem. O estimado costume de usar trajes
distinguíveis foi sancionado há séculos pela Igreja; não se trata de uma imposição
arbitrária. Os Católicos esperam que seus sacerdotes se vistam como sacerdotes
e se comportem em harmonia com o ensinamento e prática da Igreja. Quão tristemente mostramos nos últimos anos, os fiéis se sentem particularmente
afetados e feridos quando os sacerdotes desafiam a legitimidade e autoridade da
Igreja, ensinando e agindo de forma inapropriada e, até mesmo, pecaminosa.
23-Sua vida não te pretence; você pertence a Deus
de uma maneira especial, você foi enviado para servi-Lo com sua vida. Quando
acordamos cada manhã, deveríamos elevar nossos pensamentos ao Nosso Amado Deus
e pedir pela graça de servi-Lo bem naquele dia. Lembramos a nós mesmos de nossa
condição como Seus servos escolhidos ao colocarmos o traje que proclama para
todos que vejam que Deus ainda está operando neste mundo através do ministério
dos homens pobres e pecadores.
Monsenhor Charles M.
Mangan & Padre Gerald E. Murray. “Por que um sacerdote deveria usar o
colarinho clerical.” Homiletic & Pastoral Review (Junho, 1995)
Fundada há mais de
cem anos, Homiletic & Pastoral Review é uma das revistas pastorais mais
respeitadas no mundo. HPR apresenta sólidos artigos sobre cada aspecto da vida
pastoral e eloqüentes sermões semanalmente, que trazem luz através da exposição
da Escritura.
O autor
O Monsenhor Charles
M. Mangan foi nomeado por Sua Santidade, o Papa João Paulo II, ao cargo a
serviço da Congregação do Vaticano para Institutos da Vida Consagrada e Sociedades
da Vida Apostólica. Ordenado em 1989, Monsenhor Mangan anteriormente serviu à
Diocese de Sioux Falls em diversas paróquias.
O padre Gerald E. Murray é padre da Arquidiocese de Nova York. Ele graduou-se em Darmouth College e foi ordenado em 1984, após completar os estudos no St. Joseph's Seminary, em Dunwoodie, N.Y. Atualmente ele estuda a lei canônica na Universidade Gregoriana, em Roma.
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