Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: BBC

Dezenas de milhares de manifestantes de diversas partes da Europa protestam em Bruxelas contra cortes nos gastos propostos pelos governos da União Européia.
Sindicalistas alegam que os trabalhadores da União Européia podem se tornar as maiores vítimas de uma crise financeira criada pelos banqueiros e financistas.
Muitos governos ao longo dos 27 paises-membros decretaram cortes em salários, aposentadorias e emprego, como medida para para lidar com as crescentes dividas.
Na noite desta quarta-feira, a minoria governista de Portugal anunciou propostas para cortar gastos no serviço público e no estado e aumentar impostos, como forma de tentar diminuir as dívidas do país.
Na Grécia e na República da Irlanda, taxas de desemprego estão nos níveis mais altos em 10 anos, enquanto o desemprego na Espanha dobrou apenas nos últimos três anos.
Na Grã-Bretanha, o governo planeja cortar os gasto em até 25% em algumas áreas, enquanto na França, tem acontencidos duras manifestações contra proposta de se elevar a idade mínima para aposentadoria.
Fogos de artifício
A polícia fez uma barreira de proteção na sede da União Européia protegendo bancos e loja durante o protesto em Bruxelas. Esse dia foi descrito pelos sindicatos como um dia de ação sob o slogan "Não ao arrocho", prioridade para emprego e crescimento".
Dezenas de milhares de manifestantes, muitos carregando grandes faixas e balões vermelho e verde, seguiram para os prédios da União Européia na capital belga.
Em meio a gritos, apitos, buzinas eles deram o recado, em meio ao barulho e fumaça de bombinhas.
Discursando em março, Jean Claude Mailly, diretor do sindicato francês Force Ouvriere, disse que ainda havia tempo para repensar as medidas de austeridade.
"Nunca é tarde demais porque as medidas de austeridade estão sendo implantadas agora," disse ele à BBC.
"Portanto, estamos em um período em que movimentos sociais de diferentes naturezas terão grande valor nas semanas e meses que se seguirão.
Sindicatos trabalhistas na Espanha iniciaram a primeira greve geral do país em oito anos ao marcharem pela capital, Madrid, tentando fechar a cidade.
Também na capital, houve fortes manifestações em frente às estações de ônibus e metro, e poucos ônibus estavam circulando.
Grupos de grevistas entraram nas lojas e bancos tentando forçá-los a fecharem as portas.
A companhia aérea Iberia disse que esperava atender somente 35% de seus vôos programados.
"Culpa dos bancos"
Na República da Irlanda, um homem conduziu um caminhão betoneira coberto de slogans anti-bancos aos portões do parlamento e Dublin, em claro protesto contra a cara moratória dos bancos do país.
A Confederação do Sindicato de Comércio Europeu (Etuc) disse que os manifestantes estavam nas ruas para protestarem contra os planos de cortes orçamentais que "poderiam levar a Europa para a recessão".
O sindicato adverte que a crise financeira - descrita como a pior da Europa desde os anos 30 - já desempremgou 23 milhões de pessoas na Europa. Ele teme que as medidas de austeridade que estão sendo implantadas por diversos países da União Européia, poderia levar a mais desemprego..
"Não criamos esta crise. A conta tem de ser paga pelos bancos, não pelos trabalhadores," disse Etuc.
Por outro lado, a entidade insta os governos a garantirem estabilidade aos trabalhadores, consistente proteção social e melhores aposentadorias.
Trabalhadores em muitos países da união européia estão frustrados por pagarem pelos erros dos bancos e dos setores financeiros, informou Christian Fraser da BBC, em Bruxelas.
A recuperção é ainda fraca. Em alguns países ela ainda nem começou, e muitos temem que os cortes poderiam causar problemas, disse nosso correspondente.
Ele acrescenta que, em suma, trata-se de um debate sobre austeridade versus estímulo, cortes ou gastos, e as opiniões estão muito divididas.
Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: BBC
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