domingo, 6 de fevereiro de 2011

Paulo Miki e Companheiros Mártires

6 de Fevereiro de 1597 - São Paulo Miki e Companheiros Mártires † Em Nagasaki

Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: February 6th 1597 - Paul Miki and Companions




No ano de 1542, os portugueses descobriram um arquipélago. Em 1549, São Francisco Xavier desembarcou nestas ilhas e, junto com seus companheiros, em dois anos, converteram muitos japoneses de todas as classes sociais. Depois dele, membros de outras ordens religiosas, principalmente franciscanos, dominicanos e agostinianos, se dirigiram para o país. Eles construíram capelas, escolas e hospitais. Trinta anos depois da chegada de São Francisco Xavier, havia aproximadamente 200.000 Cristãos no Japão.

Inveja, medo e ódio declarado levaram a perseguições violentas. Durante os 250 anos de perseguição, a fidelidade de muitos Católicos foi sem precendentes. Muitos foram crucificados ou queimados, outros mutilados violentamente ou torturados até à morte em poços de enxofre. Além do imaginável era o sofrimento daqueles que, tendo pés e mãos atados, eram pendurados de cabeça para baixo dentro de buracos fétidos até que se sufocassem. Talvez o Japão tenha a mais longa e cruel história de martírios da Igreja Católica.

Um método popular de reconhecer os Cristãos era o terrível "Efumi", que significava pisotear as imagens. Assim, todos os habitantes da cidade de Nagasaki eram obrigados a se dirigirem à praça municipal, e aí, pisavam as imagens de Cristo ou de Nossa Senhora e, desta forma, provavam que não eram Cristãos. O juiz se sentava em um colchão especial. A lista de nomes de todas as famílias da cidade era colocada diante dele. Somente no ano de 1857, este método de controle foi abolido no Japão. Hoje, dezenove daquelas pinturas estão no Museu Nacional em Tókio.

Em 6 de fevereiro de 1597, vinte e seis Cristãos de Nagasaki e vizinhança foram mortos em martírio. A maioria deles eram franciscanos ou da Terceira Ordem Franciscana. Entre os vinte e seis estavam três jesuítas. Nenhum deles veio da Europa. Eles eram genuinamente japoneses.

Paulo Miki era de berço nobre e foi batizado ainda criança. Educado pelos jesuítas, ele se juntou à Órdem, tornou-se padre e trabalhou  como catequista.

João de Goto ganhou esse nome em homenagem a Goto, ilha onde nasceu. Também ele foi educado pelos jesuítas, tornou-se catequista e entrou para a Companhia de Jesus pouco antes de sua morte.

Jacob Kisai era filho de pai pagãos e foi educado em um Monastério de Bonzes. Após sua conversão, ele casou-se com uma Cristã. Mas desde que ela renunciou sua fé, ele a abandonou, tornou-se catequista, e entrou para a Ordem Jesuítica.

Eles cortaram as orelhas esquerdas de todos os vinte e seis confessores e, no gelado inverno, os levaram em carroças pelas ruas da cidade até o local de execução. Alí, vinte e seis cruzes foram colocadas em linha, de acordo com o costume japonês. As pessoas se aproximaram do local e ficaram em volta deles.

Na cruz, Paulo Miki fez seu último discurso com muito eloquência. No final, ele perdoou seus agressores. Johann Goto percebeu seu pai no meio da multidão. Ternamente, ele deu adeus ao seu pai e deixou seu rosário como lembrança. O pai de Johann encorajou o filho e lhe garantiu que tanto ele quanto sua mãe também estavam prontos para morrer pela fé.

Ao lado das cruzes, de pé, estavam os executores com suas lanças que, a uma ordem, transpassaram os peitos dos mártires. Neste momento, as pessoas se aproximaram, molharam panos nos ferimentos ensanguentados e os cortaram em pedacinhos como lembrança.

O Papa Pio IX canonizou os mártires em 8 de julho de 1862.

Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês: February 6th 1597 - Paul Miki and Companions









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