Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: Harvesting energy: body heat do warm buildings - BBC
Aproximadamente 250.000 pessoas passam pela Estação Central de Estocolmo a cada dia
O calor do corpo não é normalmente considerado pelas empresas como uma fonte de energia quando estas buscam diminuir seus custos energéticos.
Mas foi exatamente isso o que uma companhia sueca fez, ao decidir que o calor liberado naturalmente pelo corpo era, de fato, uma fonte de energia que estava sendo desperdiçada.
Jernhusen, uma empresa imobiliária, em Estocolmo, descobriu uma maneira de canalizar o calor do corpo de massas de trabalhadores que passam pela Estação Central de Estocolmo para aquecer outro edifício que fica do outro lado da rua.
"Isto é velha tecnologia sendo utilizada de uma nova maneira. A única diferença aqui é que desviamos energia entre dois diferentes edifícios, explica Klas Johnasson, um dos criadores do sistema e diretor do departamento de meio ambiente da Jernhusen.
"Aproximadamente 250.000 pessoas, por dia, passam pela Estação Central de Estocolmo. Ao entrarem, eles geram muita energia. Mas eles também fazem muitas outras coisas. Eles compram alimento, bebidas, jornais e livros.
Calor do corpo em excesso
Toda esta energia produz uma enorme quantidade de calor. Portanto, por que não deveríamos usar este calor!? Ele está aí! Se não o utilizarmos, ele será dissipado sem nenhum ganho."
Como o sistema funciona na prática?
Conversores de calor no sistema de ventilação da Estação Central converte o excesso do calor do corpo em água quente.
Depois disso, ela é bombeada para o sistema de aquecimento do prédio vizinho para mantê-la quente.
O sistema não é somente mais ecológico, mas também baixa os custos de energia do bloco de escritórios em pelo menos 23%.
"De fato, isto significa bons negócios", explica o senhor Johansson. "Economizamos dinheiro em custos de energia, o que torna o edifício mais viável.
"Estamos muito surpresos de que as pessoas não fizeram isso antes. Para um projeto em larga escala como a Kungbrohuset (o bloco de escritórios), isto significa muito dinheiro."
Para os próximos 40 anos, muitos especialistas concordam que o suprimento de petróleo e gás será menos abundante.
Haverá pouca concorrência e os altos preços para os recursos remanescentes. Dada a abundância do calor do corpo humano no mundo todo e a crescente necessidade de energias renováveis para substituírem caros combustíveis fósseis - esta idéia sueca vai pegar?
Custos e benefícios
"As pessoas agora começam a pensar sobre as redes de distribuição do calor urbano em todos os lugares," explica Doug King, um consultor especializado desenvolvimento sustentável e inovação em construção.
"Mas os custos financeiros e os benefícios dependerão muito do clima e do preço da energia em um determinado país."
Ele explica que cultivar o calor do corppo funciona particularmente bem na Suécia devida suas baixas temperaturas no inverno e os altos preços do gás.
Repercussões
"Isso significa que uma fonte de calor de pouco desperdício, como o corpo humano, pode ser utilizada positivamente. Vale a pena gastar um pouco de dinheiro em eletricidade para deslocar o calor de prédio para prédio, ao invés de gastar muito dinheiro em aquecedores à gás.
O senhor Johansson espera que haja muita repercussão de sua idéia na Estação Central de Estocolmo: "Para diminuir o consumo de energia em edifícios, o que devemos fazer é utilizar a energia que está sendo produzida à nossa volta.
"Possuimos tanto a Estação Central e o Kungbrohuset juntamente com o terreno interno. Assim, administramos toda esta área, e isso tem faciliado as coisas para nós. Mas não quer dizer que não poderia ser feito se não fosse assim. Apenas significa que os proprietárias de imóveis têm de colaborar um com o outro."
Ele também defende a sustentabilidade. "É importante na Suécia. Mas ela também deveria ser importante em todo lugar. A sustentabilidade é ingrediente-chave para o futuro da humanidade. Precisamos da sustentabilidade energética se pretendemos viver neste planeta por um futuro duradouro."
Mas e que tal os trabalhadores suecos na estação - eles serão abandonados no frio?
"Os trabalhadores não sentirão frio porque não roubamos energia da Estação Central, usamos o excesso de calor que já estava lá antes," argumenta o Sr. Johhansson.
Portanto, nestes invernos congelantes, credenciais verdes e altos custos de energia, a Suécia toma uma iniciativa criativa para o calor.
Para ficarem aquecidos, tudo o que eles precisam fazer é manter o calor. E se a Estação Central de
Estocolmo ficar lotada em pelo menos um prédio, ela está no caminho certo para um futuro seguro de baixa energia e carbono.
Artigo traduzido por Raimundo Santos
Original em inglês: Harvesting energy: body heat to warm buildings - BBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário