quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Imagens na Igreja Ortodoxa


Imagens na Igreja Ortodoxa

Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês aqui: Icons in the Orthodox Church


Uma das características singulares da Igreja Ortodoxa trata-se do uso de imagens (por exemplo, imagens sagradas). As imagens têm sido usadas desde os primórdios do Cristianismo. As imagens, nas suas formas mais elementares, foram encontradas nas catacumbas, túmulos e outros lugares de culto Cristão antigo. Entre elas se incluía: a cruz, o peixe, o cordeiro e outros símbolos que retratavam Jesus Cristo. Por volta do Século V, a iconografia começou a se difundir. Lindas pinturas, mosaicos, afrescos e outras formas de arte eram utilizadas para retratar Cristo, a Virgem Maria e os santos. A Igreja se sentia muito confortável em retratar Nosso Senhor e Seus santos, pois se sabia que as formas artísticas de representação eram apenas uma outra maneira de louvar e de ensinar sobre Deus - exatamente da mesma maneira que a Igreja utilizava a música e a poesia. As imagens eram colocadas nas igrejas, nas casas e locais públicos.


As imagens tinham muitos propósitos na Igreja Ortodoxa. Elas auxiliavam no ensino aos fiéis sobre Deus. Ao se adentrar uma Igreja Ortodoxa, pode-se ver toda a história bíblica representada nas paredes. Imagens de personagens e eventos do Antigo e do Novo Testamentos eram utilizadas para ensinar aos fieis guardarem na memória o que muitos não poderiam ler sobre a fé Cristã.


Outra finalidade das imagens era para auxiliar o fiel na oração e na meditação da pessoa ou do significado salvífico do evento representado. As imagens mantinham o fiel concentrado, impedindo que se distraísse, assim, ajudando-o a manter sua atenção à oração. Elas também serviam como lembrete da onipresença e imanência de Deus no mundo.


Houve um curto período de tempo na história da Igreja quando líderes civis e eclesiásticos renunciaram ao uso de imagens, considerando-as idolatria. Como resultado, muitas preciosas imagens foram destruídas e as pessoas que eram encontradas com imagens eram perseguidas. Entretanto, muitas pessoas continuaram a usar imagens secretamente. Isto prontificou a Igreja a defender o uso de imagens para propósitos litúrgicos e didáticos.


A Igreja defendeu o uso das imagens ao afirmar que se Deus tornou-se homem na pessoa de Jesus Cristo, então Ele pode ser retratado. Alegar que Ele não pode ser retratado é dizer que Jesus não era plenamente humano (a Igreja acredita que Jesus Cristo era plenamente humano e plenamente divino. Qualquer argumento contrário é heresia). E, se Jesus pode ser retratado, também Sua Santa Mãe e os santos podem ser retratados da mesma forma.


Contra a acusação de idolatria, a Igreja deixou bastante claro que o fiel nao cultua a madeira e a tinta, mas profundamente respeita e venera a pessoa retratada. A Igreja fez uma clara distinção entre adoração (por exemplo, somente a Deus) e veneração (por exemplo, profundo respeito). Os pagãos adoravam ídolos porque eles acreditavam que a divindade estava presente na pedra ou madeira. A Ortodoxia não pensa assim com relação às imagens. As imagens são somente representações das pessoas retratadas. Desta forma, não se venera a madeira, mas a pessoa em cuja imagem é retratada. Portanto, no final do Século VIII, as imagens foram restauradas na Igreja Ortodoxa e, desde então, têm servido ao seu propósito.



Artigo traduzido por Raimundo Santos

Original em inglês aqui: Icons in the Orthodox Church





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